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domingo, 5 de maio de 2019

Olá, sou mãe empreendedora - Por: Marcus Nakagawa

Marcos Nakagawa - Foto: Caroline Lima
Despertador toca, corre para o banheiro, aproveita já olha a agenda do dia e faz o check listmental. “Esta pessoa atenderei neste momento, aquela reunião naquele outro, preciso de orçamento para este projeto etc.” Olha a planilha de orçamento e faz, mentalmente, a conciliação bancária com a sua conta corrente. Corre para acordar as crianças e já começar a gestão de serviços de alimentação. Sua funcionária principal faltou hoje! Mas o sistema não pode parar, é preciso atender as demandas no curto e médio prazo. Agora vem o agendamento de logística e transferência de mercadorias e pessoas para atender seus clientes principais. Na sequência, se prepara e vai para a primeira reunião. Este produto compraremos, este não, aquele projeto investiremos mais para frente. No trânsito, aproveita para atualizar as redes sociais, analisar a concorrência e ver o agendamento de serviços de mais clientes. Já posta uma foto linda pois o “P” de Promoção dos 4P’s não pode ser deixado de lado nunca! E já começa a pensar na agenda turística das próximas férias de seus clientes, utilizando oPlan, do PDCA. O dia passa e muitas vezes não dá tempo de fazer todas as entregas prometidas para todos os seus stakeholders. Talvez uma metodologia ágil, Sprint, Canvas, 5W e 3 Hs, Scrum, Lean Management, quem sabe dará conta desta vida puxada de mãe?

Pois é, muita linguagem de gestão e empreendedorismo passa pelo dia a dia de qualquer mãe. E nada melhor que neste mês das mães para mostrar o quanto trabalho doméstico cada mulher faz a mais do que o seu trabalho fora de casa. Sim, o modelo de gestão das casas está mudando, com maridos ajudando cada dia mais, porém, ainda na grande maioria, as mulheres seguem no modelo desigual: enquanto a dedicação feminina foi, em média, de 18,1 horas semanais aos afazeres domésticos em 2018, a masculina foi de 10,5 horas, de acordo com o IBGE. Ou seja, a mulher trabalha 72% a mais em casa do que os homens .

Com isso, frequentemente, por esse motivo, muitas mulheres acabam abandonando os empregos quando se tornam mães. Para se dedicar aos pequenos e também ter mais gestão sobre o seu tempo. Um dos caminhos que algumas delas escolhem é o empreendedorismo, iniciando um negócio, um projeto ou uma organização.

“Olá, sou mãe e empreendedora!”. É assim que cada dia mais escuto em minhas palestras, aulas e das minhas amigas. Aliás, tenho uma destas na minha casa, conheci a minha esposa empreendedora, quando a contratei para realizar um trabalho em um evento.

Segundo a pesquisa GEM (Global Entrepreneruship Monitor), dos 52 milhões de brasileiros em idade produtiva, que estão envolvidos com alguma atividade empreendedora em 2018, 24 milhões são mulheres. (https://datasebrae.com.br/wp-content/uploads/2019/03/Empreendedorismo-Feminino-no-Brasil-2019_v5.pdf). Ainda, de acordo com um relatório divulgado pelo Sebrae, do Espírito Santo, em 2017 e 2018 uma proporção de mulheres empreendedoras que eram “chefes de domicílio” subiu de 38% para 45%.

Sim, é uma massa de mães e empreendedoras que, como a Fran Oliveira, Ana Fontes, Paula Fortes, Luiza Helena Trajano, entre outras milhares no Brasil tentam conciliar a sua de casa com o seu empreendimento.

Fran Oliveira, minha esposa, é empreendedora na área de comunicação, negócios e franquias e cuida dos nossos dois filhos e da empresa Oficina da Comunicação Integrada (https://www.oficina.inf.br). Ana Fontes, tem duas filhas e é uma referência no movimento das mulheres empreendedoras. Fui seu cliente e parceiro em algumas ações lá no começo do seu movimento, num coworking na zona sul de São Paulo. Fundadora da RME - Rede Mulher Empreendedora, do Instituto RME e da Aceleradora Herd, Co-Fundadora do MIA – Mulheres Investidoras Anjo. (www.rem.net.br). Paula Fortes, estudou comigo na escola lá no interior e foi minha aluna. Tem uma filha e é uma empreendedora de impacto social da Start Up em desenvolvimento chamada Alba focada em um negócio de diagnóstico da saúde. (http://www.albasensors.com). Já Luiza Helena Trajano criou os seus três filhos juntamente com o crescimento da rede de varejo Magazine Luiza e outras empresas da holding. Vou ter a honra de palestrar com ela no dia 20 de maio (www.grupomulheresdobrasil.com.br).

Exemplos de superação, de sucesso e melhoria de qualidade de vida de mães empreendedoras existem muitas na internet e por todos os lados.

Inspiração e pragmatismo são fundamentais para este processo de se tornar uma empreendedora, mas sempre tenho que destacar que nem tudo são flores ou notícias de sucesso. São muitas horas de trabalho, sono a menos, trabalho e mais trabalho. E neste momento é fundamental ter foco, um bom planejamento financeiro e muito apoio da família!

Feliz dia das mães! Empreendedoras para o alto e avante sempre!
Marcus Nakagawa é professor da ESPM; coordenador do Centro ESPM de Desenvolvimento Socioambiental (CEDS); idealizador e conselheiro da Abraps; e palestrante sobre sustentabilidade, empreendedorismo e estilo de vida. Autor dos livros: 101 Dias com Ações Mais Sustentáveis para Mudar o Mundo e Marketing para Ambientes Disruptivos. www.marcusnakagawa.com, www.blogmarcusnakagawa.com



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