Presidente destaca acordos estratégicos e aposta no livre-comércio para impulsionar economia brasileira
Em sua passagem pelo Vietnã antes de retornar ao Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou a importância da presença ativa do país no cenário internacional, defendendo o multilateralismo, o livre-comércio e a necessidade de o Brasil "vender" suas qualidades ao mundo. A viagem, que incluiu escalas no Japão e no Vietnã, resultou em acordos estratégicos e reforçou o compromisso brasileiro com uma inserção global mais robusta e independente.
“Quem tem que vender as coisas do Brasil é o Brasil”, afirmou Lula em coletiva de imprensa em Hanói. A frase sintetiza a postura do governo, que busca consolidar o país como um ator relevante nas discussões geopolíticas e econômicas. Entre os acordos firmados, destacam-se a venda de 15 jatos da Embraer para a All Nippon Airways (ANA) e a abertura do mercado vietnamita para a carne brasileira, movimentações que reforçam o papel do Brasil como um exportador de produtos de alto valor agregado e ampliam sua presença em mercados estratégicos.
Multilateralismo e Livre-Comércio: Oposição ao Protecionismo
A fala do presidente também reforçou uma postura crítica ao protecionismo econômico, defendendo que o Brasil deve apostar no livre-comércio e no fortalecimento de relações diplomáticas que gerem benefícios concretos. “Não há nada melhor para um país como o Brasil do que apostar no multilateralismo. Somos favoráveis ao livre-comércio, não queremos protecionismo”, afirmou Lula.
O posicionamento vem em um momento de desafios globais, nos quais blocos econômicos como União Europeia e Estados Unidos têm adotado medidas protecionistas que impactam mercados emergentes. Ao enfatizar o multilateralismo, Lula sinaliza a disposição do Brasil de se engajar em novas parcerias, ampliando a atuação em mercados como o asiático e fortalecendo o papel do Mercosul.
No caso do Vietnã, o presidente destacou a importância de avançar com um acordo comercial entre o país asiático e o bloco sul-americano. Além de ampliar oportunidades de exportação para empresas brasileiras, essa aproximação fortaleceria o Brasil como um elo entre o Sudeste Asiático e a América do Sul, abrindo portas para investimentos e cooperação tecnológica.
Brasil como protagonista na agenda ambiental global
Outro ponto central da coletiva foi a preparação para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que ocorrerá em Belém, no coração da Amazônia. Lula destacou a necessidade de financiamento por parte dos países ricos para garantir a preservação da floresta, ressaltando que a reunião será uma oportunidade para que o mundo conheça a realidade amazônica.
“A gente quer mostrar a Amazônia do jeito que é, para as pessoas compreenderem que, para manter a floresta em pé, é preciso financiamento dos países ricos que já depredaram e degradaram o mundo”, declarou o presidente, reforçando que o Brasil assumiu compromissos concretos para zerar o desmatamento até 2030 e investir na transição energética.
A realização da COP30 no Brasil coloca o país em uma posição de liderança na agenda ambiental global. A meta de desmatamento zero, aliada à transição para energias renováveis, fortalece o discurso de Lula contra o negacionismo climático e em defesa de uma governança global mais eficiente para enfrentar as mudanças climáticas.
Conclusão: Brasil busca papel mais ativo no cenário internacional
A viagem à Ásia reforça a estratégia do governo Lula de ampliar a presença do Brasil no comércio internacional, consolidando novas parcerias e impulsionando setores estratégicos da economia. A aposta no multilateralismo e no livre-comércio marca um afastamento de políticas isolacionistas e protecionistas, posicionando o país como um ator global disposto a negociar de forma independente e pragmática.
Ao trazer para o centro do debate temas como a reforma da governança global, a transição energética e a ampliação de mercados para produtos brasileiros, Lula busca projetar um Brasil mais influente e conectado com os grandes desafios do século XXI. O desafio agora será transformar esses acordos e discursos em resultados concretos para a economia e a diplomacia do país.
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